terça-feira, 19 de maio de 2009

Quem era

Diógenes o filósofo
Chegando em Atenas [Diógenes] deparou com Antístenes. Uma vez que este, que não queria acolher ninguém como aluno, o rejeitava, ele, assiduamente perseverando, conseguiu vencer. E, uma vez que Antístenes estendeu o bastão contra ele, Diógenes ofereceu-lhe a cabeça, acrescentando: “Pode golpear, pois não encontrarás um bastão tão duro que possa me fazer desistir de obter que me digas algo, como a mim parece que devas”. A partir daí tornou-se seu ouvinte e, desterrado como era, dedicou-se a um modesto teor de vida.
Teofrasto, em seu Megárico, conta que certa vez viu um rato correr de cá e de lá, sem meta (não procurava um lugar para dormir nem tinha medo das trevas nem desejava qualquer coisa considerada desejável) e, assim, cogitou o remédio para suas dificuldades. Segundo alguns, foi o primeiro a dobrar o manto pela necessidade também de dormir dentro dele, e carregava um bornal para a comida; servia-se indiferentemente de todo lugar para qualquer uso, para comer ou para dormir ou para conversar. E costumava dizer que também os atenienses lhe haviam providenciado onde pudesse morar:indicava o pórtico de Zeus e a Sala das procissões. [...]
Certa vez tinha pedido a alguém que lhe providenciasse uma casinha; como o outro demorava, ele escolheu como habitação um tonel que estava [na localidade do] Metroo, conforme ele próprio atesta nas Epístolas. No verão rolava sobre a areia ardente, no inverno abraçava as estátuas cobertas de neve, querendo de todo modo temperar-se para as dificuldades. [...]
Durante o dia vagueava com a lanterna acesa, dizendo: “Procuro o homem”.
Extraído de Diógenes Laércio, Vidas dos filóसोफोस।

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